27 abril, 2007

Vingança

Convocando farpas
Chamando o telefone
Matando baratas
A fúria crescia
Clamando vingança


Zeca, és o Grande Português. Fui relembrado disso, uma vez mais, há horas.

Os Frei Fado D'el Rei, que agora também têm um blog, terminaram há menos de três horas o seu espectáculo de apresentação do álbum Senhor Poeta, um tributo a José Afonso.

Foi um momento muito esperado para mim, fã confesso de Frei Fado, mas que acima de tudo sou um apaixonado pela vida e obra do Zeca. Chamo-lhe apenas Zeca, por considerar um amigo próximo, embora nunca o tenha conhecido pessoalmente. Faleceu aos meus dois anos e sete meses.

Um dia, Zeca. Um dia...

23 abril, 2007

Passadeiras - Portugal, Holanda, Eslovénia

É engraçado ver como as diferentes culturas afectam as atitudes dos condutores e peões nas estradas.

Na capital da Eslovénia, Ljubljana, há pistas para ciclistas nos passeios da vasta maioria das ruas principais. Os ciclistas têm uma prioridade semelhante à dos peões, ou seja, têm prioridade sobre os carros quando atravessam passadeiras sem semáforos e têm semáforos próprios para eles nas passadeiras com semáforos para carros e peões. O que me meteu impressão foi a atitude com que os ciclistas andavam. Eles simplesemente não olhavam antes de atravessar a passadeira! Como sabem que têm prioridade, metem-se à louca e os condutores que travem! Do que vi, isto não costuma correr mal, porque não vi atropelamentos (se bem que vi uma travagem brusca uma vez, dum carro que não viu o ciclista com antecedência).

Em Eindhoven, na Holanda, também há as tais pistas para ciclistas, mas não é disso que vou falar agora. Estava eu prestes a atravessar uma rua numa passadeira, quando vi que vinha um carro. Aí, decidi esperar um pouco, como faria por cá, para confirmar que o gajo me estava a ver e que ia abrandar para eu passar. O gajo realmente abrandou e até parou para nós passarmos, mas não sem gesticular e vociferar, irritado, a mandar-nos atravessar. Eu percebi a mensagem, mesmo não sabendo nada de holandês: "Ó palhaço, não vês que estás numa passadeira, estás à espera de quê?". E dei-lhe razão. Não voltei a fazer este erro na Holanda.

Em Portugal, não é a primeira vez que já comecei a atravessar a passadeira e um carro decide não esperar e continua a andar, pouco preocupado comigo. É aliás comum vermos condutores que não param quando há peões prestes a atravessar a passadeira, quando o código o obriga. Por outro lado, não são só os condutores os pecadores, pois estamos habituados a peões que atravessam em qualquer lado, venham carros ou não.

É uma atitude muito diferente da que se vive lá fora. Como corrigir estas atitudes egoístas por parte de peões e condutores, que para além de desrespeitarem o Código da Estrada, nos fazem parecer gorilas com carros?

Em relação aos peões, já assustei muitos, passando-lhes rasantes com o carro, ou dando-lhes umas buzinadelas, mas pelos vistos, estou errado. Diz o livro de código da ACP:

"É necessário ser tolerante quando os peões circulam incorrectamente na faixa de rodagem, sendo condenável qualquer atitude agressiva para os intimidar ou assustar."

Raios, então como é que se faz? Obrigar a tirar carta de peão, integrada na disciplina de Estudo do Meio Físico e Social, do 1º Ciclo do Ensino Básico?

Em relação aos condutores, já experimentei mandar um pontapé num carro que não parou na minha passadeira, mas o gajo ficou zangado e encostou a seguir para protestar (valeu ele ser um e nós sermos mais de dez, por isso ele ficou perto do carro).

Que soluções?