29 setembro, 2007

EuroNCAP e os automóveis chineses

A EuroNCAP é a instituição de testes de segurança automóvel de referência a nível europeu. Para cada novo modelo de automóvel, é testada a segurança dos ocupantes em situações de colisão frontal e lateral. O site deles é bastante bom, permitindo consultar os resultados dos seus testes organizados por segmento automóvel. Falo da EuroNCAP neste post porque recentemente apercebi-me de uma realidade assutadora: a segurança dos automóveis chineses que vão estar à venda na União Europeia.

Um amigo meu, com o qual costumo debater vários assuntos do mundo automóvel, mostrou-me uns vídeos de crash tests de carros chineses que são assustadores. Desses, quero chamar a atenção para um em especial, realizado pela ADAC (o maior clube automóvel da Alemanha e da Europa) para a EuroNCAP. O automóvel que figura nesse vídeo é descrito pelo Testing and Technical Manager da ADAC como o pior testado por eles em mais de dez anos. Ora vejam a colisão frontal a 64km/h.



Este automóvel em especial, o JMC Landwind, uma imitação do Opel Frontera, publicitado como um SUV mais do que completo por metade do preço, começou a ser vendido este ano, mas entretanto a empresa decidiu congelar as vendas até conseguir resolver as questões de segurança.

É inaceitável que um automóvel tão inseguro quanto este esteja autorizado a ser vendido na União Europeia. Isto acontece porque a legislação é muito menos exigente do que os testes que a EuroNCAP faz. É ainda mais incompreensível esta situação, quando sabemos que a diminuição da sinistralidade rodoviária tem sido uma prioridade para a Comissão Europeia.

Digam não a estes "carrões baratuchos"!

02 setembro, 2007

Exemplar

O CDS-PP adoptou um novo método para se aproximar dos cidadãos. Agora existe uma conta no YouTube, estreada com uma comunicação do seu líder, em três partes.

Na primeira parte é abordada uma questão que me preocupa intensamente em Portugal: a da segurança. As forças de segurança deverão ter mão forte no combate ao crime, mesmo quando este é disfarçado de manifestação pública de ideais. Este exemplo, ao contrário de falta de meios ou de pessoal, mostra falta de responsabilidade no cumprimento do dever, abrindo as portas para o desrespeito pela autoridade e pelo Estado, o que é simplesmente inaceitável.

A segunda parte fala da subida das taxas de juro, um problema que sinceramente ainda não me afecta e do qual não sei muito. Acredito no entanto que deverá haver uma maior responsabilização (e não uma vitimização ou desculpabilização) das famílias que possuem créditos que não conseguem suportar.

A terceira parte reflecte sobre quatro questões, todas elas ligadas a vetos presidenciais.

A primeira destas fala sobre o veto da lei que permitia que o sigilo bancário pudesse ser levantado nos casos em que o contribuinte reclama, presumo eu, da tributação que lhe foi efectuada. Eu neste caso, ao contrário do PP (e da Constituição, aparentemente), penso que o sigilo bancário do contribuinte deverá estar menos blindado ao acesso do Estado, tendo em vista um controlo apertado da "fuga ao fisco". O direito à privacidade daquilo que faço com o meu dinheiro parece-me menor, relativamente aos danos provocados ao Estado pela insuficiente tributação causada por quem não paga o que deve; isto para não falar na injustiça para com os contribuintes que são cumpridores.

Sobre a segunda questão não tenho posse de todos os factos, mas se percebi bem, acho que discordo mais uma vez do PP, que apoia o veto presidencial. Acho que o direito que os jornalistas têm de ocultar as suas fontes é mais uma vez menor, relativamente à ocultação daqueles que quebram o segredo de justiça. Actualmente vive-se uma situação em que quem quebra o segredo de justiça não pode ser julgado porque a única pessoa que sabe, por ser jornalista, pode escolher não revelar o nome, em vez de ser considerado cúmplice. O Estado passa por parvo, mais uma vez.

A terceira questão versa sobre uma questão sobre a qual escolhi não me informar a fundo, por não me interessar. O veto é desta vez sobre a lei que alterava não sei bem quê nas categorias militares da GNR e consequentemente no Exército. Não quero saber, não me parece importante.

A quarta questão parece-me relevante. Aparentemente, o Estado não tem responsabilidade civil por erros dos serviços públicos. A lei que foi vetada iria inverter essa situação, mas aparentemente por questões relacionadas com a carga dos tribunais ou a capacidade financeira do Estado, o diploma não passou. É uma situação muito delicada, que me parece não ter uma solução aceitável. Por princípio, tal como acredito na responsabilização do cidadão e das empresas pelos seus actos, acredito na responsabilização do Estado, achando que apenas assim há verdadeira justiça social. Quando é apresentado como argumento a ineficácia dos tribunais para lidar com essa nova torrente de processos que adviriam da aprovação da lei, acho que não é desculpa suficiente, devendo ser feito um grande esforço para agilizar a tão necessária reforma da justiça. Mas quando é apontada a saúde financeira do Estado, aí tenho que ceder às evidências. Por mais justo que fosse o pagamento de milhares de indemnizações todos os anos aos cidadãos que sofreram perdas e danos na utilização de serviços públicos, isso é incomportável na situação actual. Acho que a lei poderia levar o Estado à bancarrota, o que para mim está fora das opções possíveis.

Irei estar atento aos próximos vídeos. Isto sim, é aproximar a política dos cidadãos. Muito bem, CDS-PP.

01 setembro, 2007

Em Espanha

Amigos meus sabem que digo regularmente que, se mandasse no mundo, nivelava Espanha duma ponta à outra e construía lá um parque de estacionamento. Nessas alturas costumo defender esta ideia, dizendo que dava jeito, pra quem às vezes quer ir a Vila Real de Santo António ou a Valença e não tem onde parar o carro, que assim estacionava em Espanha e depois ia a pé. Era prático.

Este sentimento algo negativo para com a nação vizinha deriva de sucessivas interacções menos felizes com alguns dos seus nativos. Há quem saiba da dificuldade que tive em me expressar em Salamanca, quando fui lá para lanchar uns simples churros, por exemplo. Mas não é para discutir os problemas linguísticos que escrevi este post.

Já me tinha dado a impressão que os espanhl médio não é grande condutor quando, no ano passado, me perdi a voltar de Sevilha. Nessa altura andei por umas nacionais m(ont)anhosas e deparei-me, carro após carro, com malta que insistia em andar sempre de máximos ligados, venham ou não venham carros no sentido contrário. Aquilo que em Portugal é uma Contra-Ordenação Muito Grave é, em Espanha, prática comum.

Este ano voltei a Espanha para passar uma semana em La Manga del Mar Menor, que fica a pouco mais de 1000 kilómetros do Porto. Conduzi bastantes horas nas autopistas e autovías espanholas, experiência que recomendo vivamente a quem ache que os portugueses conduzem mal em auto-estrada.

Imaginemos uma situação típica em auto-estrada. Alguns carros mais rápidos a irem na faixa da esquerda e outros mais lentos a irem na faixa da direita. Alguém na faixa da direita quer ir para a faixa da esquerda para ultrapassar os carros que estão à sua frente, mas vê carros na faixa da esquerda.
Comportamento do português médio: espera que haja condições que lhe permitam meter-se na faixa da esquerda sem obrigar ninguém a travar por causa dele.
Comportamento do espanhol médio: vai para a faixa da esquerda no primeiro espaço em que caiba o seu carro.

Tive que travar dezenas e dezenas de vezes por causa de situações como esta, às vezes bruscamente de 170km/h para 120km/h. Há quem defenda que eu é que estou mal, porque não posso exceder o limite de velocidade imposto, mas no que diz respeito a esta situação em particular, em caso de acidente, o código defende-me. Embora eu possa ser multado por excesso de velocidade, o código obriga os condutores a verificarem se têm condições de segurança (espaço e tempo suficientes) antes de mudarem de faixa. Assim, é o seguro dele que paga o estrago do meu carro.

Mas não só os condutores que são maus. Já não me lembrava de quão estúpido é o sistema de estações de serviço que eles têm. Cá, nas auto-estradas, uma área de serviço está sempre localizada junto à auto-estrada em que se circula, tendo apenas acesso de e para essa mesma auto-estrada. Para além disso, para além de posto de abastecimento, aparelho para verificação da pressão dos pneus, casas de banho, loja de conveniência, café tem por vezes oficina ou restaurante; em alguns casos, se bem que raros, até tem um motel. Em Espanha a realidade é bem diferente. Aquilo que lá se chama vía de servicio é muitas vezes apenas um posto de abastecimento rasca (nem sempre com casas de banho públicas) que tanto pode estar localizado ao lado da auto-estrada como na vila que se encontra a 5km. Isto apenas não acontece nas auto-estradas em que efectivamente se paga portagem, em que aí as áreas de serviço são normais. Feliz ou infelizmente, as portagens em Espanha não são muito comuns.

Pelo lado positivo, o gasóleo é em média a €0,96/l (menos €0,8/l que cá) e a gasolina de 95 octanas é em média a €1,05/l (menos €0,25/l que cá).

Que cães. Era de se fazer o tal parque de estacionamento.

Nota de rodapé: os comentários passíveis de serem lidos como xenofobia, extremismo ou violência não devem ser levados demasiado a sério. Só um bocadinho. Mas não muito.

Segunda nota de rodapé: eu não sou do PNR. Não, não sou mesmo. Aliás, era um partido para ir à vida, esse. E já agora o PND também. Abaixo o euro-cepticismo.

10 julho, 2007

Sindicalismo

Com a Revolução Industrial surgiram os sindicatos. Era uma época em que as empresas eram dirigidas num estilo feudal e os seus trabalhadores eram vistos pelo dono da empresa como uma mera extensão da máquina em que mexiam. Graças à luta dos sindicatos, a sociedade hoje aceita como pedras basilares do pacto social o fim de semana de dois dias sem trabalho, o ordenado mínimo, os subsídio de férias e de Natal e a semana de 40 horas de trabalho. Foram conquistas importantes para os trabalhadores, que viram assim recompensado o seu trabalho com os benefícios justos.

Percorremos um longo caminho desde a revolução industrial. Actualmente, a satisfação das necessidades dos trabalhadores é uma das maiores prioridades para os gestores das empresas de sucesso. O patrão tirano e todo-poderoso que escravizava os seus empregados deu lugar à relação de parceria entre a administração da empresa e os seus recursos humanos. O ambiente hostil de guerra constante entre patronato e proletariado foi substituído por relações ganho-ganho assentes no diálogo e na honestidade.

A guerra acabou! Mas o sindicalista português não baixou as armas. Porquê?

Porque o sindicalista tem medo de estar obsoleto. Aquele que passou a vida a defender os direitos dos trabalhadores, que lutou contra o poderio do patronato, que foi um verdadeiro soldado desta guerra social, corre o risco de parecer inútil em tempo de paz. Por isso tenta fazer parecer que ainda há guerra. Protesta. Grita. Reclama. Exige tudo e mais alguma coisa.

Uma empresa tem de saber gerir o equilíbrio entre os seus vários interessados - clientes, trabalhadores, accionistas, sociedade, etc - sob pena de não ser viável. O sindicalista tem de ter esta visão global, a bem de todos. De que vale conseguir excelentes ordenados para os trabalhadores, se passado um ano a empresa falir porque não conseguiu acompanhar as exigências dos clientes?

Será que os sindicalistas não conseguem ver isto? Ou será que simplesmente não querem diminuir o tom vociferante das suas exigências para não parecerem "em conluio com os patrões", mantendo assim o posto?

23 junho, 2007

Exame Periódico Obrigatório - Exemplo de Aplicação Prática

Em Maio, coloquei um post que defendia a existência de um Exame Periódico Obrigatório para todos os condutores.

Aqui está um vídeo que prova, de uma forma humorística, a incapacidade de certos condutores (neste caso, de Israel). Embora haja a possibilidade de ser um vídeo feito, ou seja, alguém fez de conta que era pior a conduzir do que realmente é, acredito sinceramente que, se não esta, outras pessoas existem a conduzir assim.

19 junho, 2007

Problemas Eléctricos

É cada vez mais comum ver carros com problemas eléctricos, de vários tipos, a circularem nas nossas estradas.

O exemplo mais comum é uma luz dos médios de trás fundida. Embora na cidade isto não cause grandes complicações, em auto-estradas ou mesmo em estradas, em que a iluminação é apenas usada em sítios pontuais, a falta de um dos médios poderá ser relativamente perigoso. Embora na parte de trás de um carro tenham de existir por lei as luzes da chapa de matícula e pelo menos um reflector, um carro sem um dos médios é passível de ser confundido por algo mais pequeno. Muito mais grave é se ambos os médios traseiros estiverem fundidos ou muito fracas. Aí sim, é que vai ser difícil ver o carro.

Um exemplo mais chato são os médios frontais descalibrados. Do que consegui perceber, o sistema eléctrico de um carro fornece a mesma energia para uso dos médios, quer estejam os dois a funcionar com a mesma intensidade, quer estejam com intensidades diferentes, quer esteja um deles fundido. Ou seja, a intensidade luminosa que um tenha abaixo do normal, vai estar no outro, acima do normal. Já vi imensos carros assim, em que um dos médios parece um mínimo e outro parece um máximo. Não preciso de dizer o perigoso que é cruzarmo-nos com um condutor que esteja com máximos (ou pseudo-máximos, neste caso) ligados.

O caso que para mim é o mais grave de todos, no entanto, é a falha do sistema de luzes dos travões. Já tive duas más experiências a conduzir atrás de carros que quando travavam, não acendia nada. Ou seja, o carro à nossa frente começa a ficar mais próximo da nossa frente a um ritmo rápido e nós demoramos a reagir, porque não vemos nada a acender. Das duas vezes em que isto me aconteceu, felizmente ambas na cidade, tive oportunidade de sair do carro para ir avisar os respectivos condutores, durante semáforos vermelhos.

As IPOs verificam este tipo de coisas, mas pelos vistos a sua regularidade não é suficiente. É preciso uma sensibilização aos condutores para verificarem todos os meses se o seu carro está em condições de andar na estrada. É que da falta de travões toda a gente tem medo, mas aos problemas eléctricos ninguém liga muito.

Em nota final, a descrição de um problema elétrico engraçado que vi ontem à tarde. Estava eu a acabar de estacionar à porta de minha casa, quando vi ao fundo da minha rua um Toyota Rav4, a vir no sentido oposto ao meu, com os quatro piscas ligados. Como costumo fazer quando alguém está com os piscas ligados aparentemente por engano, fiz-lhe sinal gestual de luzes, e disse "Olha os piscas!". Mas só depois é que ouvi. O alarme do carro estava a tocar, juntamente com os piscas. Tendo em conta que era um casal jovem e bem arranjado que ia dentro do carro, eliminei a hipótese de roubo. Como era impossível que eles não reparassem no alarme a tocar, concluí que eles estavam com um problema eléctrico. Um bem engraçado de se ver, achei eu. :P

04 junho, 2007

Lugares de Estacionamento Estragados

Em muitas cidades há falta de lugares de estacionamento, não é novidade. Na cooperativa onde vivo, cada habitação tem um lugar na garagem coberta, o que é óptimo para quem tem apenas um carro. No entanto, a maioria das famílias que aqui vivem têm dois ou três carros em média, o que obriga a maioria dos carros a serem estacionados nos parques exteriores e nas próprias ruas.

Durante o dia quase ninguém está em casa, como é natural, pois a maioria das pessoas trabalha ou estuda. Mas quando o dia acaba e as pessoas voltam a casa, começa a ficar mais difícil estacionar. Isto é especialmente verdade para aqueles que, como eu, chegam normalmente a casa depois da meia-noite.

E porque é que isto acontece? Porque não há lugares suficientes para os carros todos? Não! Porque há muita falta de inteligência e civismo a estacionar! Seja em lugares marcados, seja normalmente junto ao passeio sem marcações.

Quando há lugares marcados é mais difícil as pessoas estacionarem mal. É só conseguir acertar com o carro dentro das marcas brancas, de preferência centrado. Não se pede muito. Mas mesmo assim, há asnos que conseguem estacionar ultrapassando a linha de um lado e deixando imenso espaço do outro, o que ou estraga um lugar ou dificulta a vida de quem lá tenta estacionar. Em caso de lugares perpendiculares, por vezes até é possível estacionar lá, só não se consegue é sair do carro pelas portas! É uma inaceitável falta de civismo!

Quando não há lugares marcados e é preciso estacionar junto ao passeio, as coisas ficam ainda mais feias. Em lugares enormes, em que cabiam dois carros, muita gente escolhe centrar o carro porque tem medo de ficar apertado por quem vier a seguir, ou porque está pura e simplesmente a marimbar-se para quem possa vir a seguir.

Ora vamos lá recolher uns dados. Um Peugeuot 107, um dos carros mais curtos à venda em Portugal tem 3,43 metros. Dos carros mais habituais nas nossas estradas, um dos mais compridos é por exemplo a carrinha Volkswagen Passat, que mede 4,77 metros. Os carros mais habituais nas cidades são, no entanto, os do segmento Utilitário, como o Renault Clio e o Opel Corsa, ou do segmento Pequeno Familiar, como o Volkswagen Golf e o Ford Focus. Os carros destes segmentos têm habitualmente um comprimento entre os 3,6 e os 4,4 metros. Consegue-se perceber disto que lugares menores que 3,5 metros servem (quase) só aos Smart e lugares maiores que 5 metros só servem a, arrisco, menos de 5% dos ligeiros de Portugal.

Eu aceito que estacionar paralelamente seja uma manobra complicada para muitos, e que nem toda a gente pode ser como o Hulk, que consegue estacionar em sítios do comprimento exacto do carro que conduz. É difícil, eu percebo. Por isso aceito que se guarde uma margem de, vá lá, 50 cm para a frente e outros tantos pra trás, no máximo dos máximos.

É inaceitável ver espaços maiores que metro e meio entre carros. Às vezes, numa parte da minha rua que mede aproximadamente 76 metros, estão estacionados apenas 11 ou 12 carros, sem hipótese de parar mais algum, porque todos os espaçamentos são menores que 3,5 metros. Outras vezes até tenho sorte, e descubro um lugar com 3,729 metros e pouco, o que ao fim de umas oito manobras ou mais permite-me ter o carro lá encaixado.

Devia ser ensinado nas escolas de condução a realizar aproveitamento de espaço de estacionamento. Não deixar mais espaço entre carros do que o necessário para uma pessoa passar por lá. Quando se vai estacionar, verificar se podemos ou não apertar o carro que já lá estava estacionado, vendo o espaço que ele tem do lado oposto ao nosso carro. Deixar o carro paralelo ao passeio. São coisas simples que fazem milagres.

Na minha faculdade, para castigar carros mal estacionados foram criadas umas folhas A4 autocolantes, em amarelo fluorescente, que dizem "Viatura Mal Estacionada". Estou a pensar fazer umas dessas para trazer no carro e andar aí a aplicar. Se as chegar a fazer coloco aqui no blog para quem as quiser usar.

19 maio, 2007

Vizinhança

O título deste post era para ser Feeds, mas não comunicava bem o seu conteúdo. Para quem não sabe o que são feeds, pode dar uma olhadela aqui. Mas de uma forma resumida, uma feed é uma funcionalidade de um site que permite, a quem o desejar, ser avisado de alterações no conteúdo desse site. Chama-se a isso subscrever uma feed. Para o fazer, basta clicar num ícone semelhante a: (imagem removida) e que habitualmente está à direita da barra de endereço. O Internet Explorer 7, o Mozilla Firefox e o Opera permitem subscrever feeds.

É muito mais prático ser avisado de alterações em sites do que andar a visitá-los regularmente para ver se há coisas novas. A maioria dos blogs têm feeds, servindo para avisar de novos posts. Outros sites usam-no para avisar de novas notícias, por exemplo. Eu acompanho imensos sites e blogs desta maneira.

E é de alguns desses que eu quero falar aqui.

Tiago Faustino Andrade - Blog pessoal que o Hulk criou recentemente. Para quem não o conhece, é o gajo porreiro que mais paciência tem para mandar postas neste blog!

Castelo Rodrigo - Blog que o mesmo Hulk criou, mas desta vez acerca da aldeia dele. Um sítio excelente para descansar e estar com os amigos. Pelo menos eu adorei quando lá estive.

Coisas do Lisboa - Blog pessoal do Lisboa, que só recentemente comecei a acompanhar. Ele tem uma forma de escrever muito apelativa, o que torna o blog bem interessante. Ou não tivesse ele um paleio muito floreado!

Vida em tuna... - Blog pessoal do Rabelo, criado há uma semana e pouco. Hshh. Ignorando a fotografia dele, que insiste em mostrar, o resto do blog promete. Hshh.

Terroristas das Tunas - Blog dum conjunto de gajos barulhentos mas com um coração enorme, que escolheram para profissão aterrorizar o mundo académico. Nos tempos livres são a claque da TEUP e da TUNAFE.

Uma Nota de Cor - Blog pessoal da minha alma gémea e companheira para a vida, Mariana. Pequenas partes da sua caminhada pela vida, num registo online.

Mania das Manas - Blog da Mariana e da irmã, Carolina, no qual mostram (e vendem) as suas criações artísticas. Vale a pena visitar, é ideal para prendas de anos que não custam fortunas.

Menina das Contas - Blog da Andreia, no qual mostra as suas criações de bijuteria. O nome do blog é um trocadilho mesmo fixe, porque ela foi medalha de ouro em várias Olimpíadas Portuguesas de Matemática.

Frei Fado D'el Rei - Blog dos Frei Fado D'el Rei, banda portuguesa que já mencionei no meu blog. Qual elogio aos Frei Fado que eu possa aqui deixar é insuficiente perante a magnificência do trabalho deles. Aconselho vivamente a ouvirem-nos.

Associação José Afonso - Blog da AJA, com notícias actualizadas de espectáculos em memória de Zeca Afonso, ou quaisquer outros acontecimentos de algum modo relacionadas com o Maior Português de sempre. Não sou membro da Associação, no entanto, embora já o tenha considerado.

WorldCarFans.com - Site fantástico sobre automóveis, com notícias, vídeos e fotos. Um local de referência para quem se quer manter informado sobre o mundo automóvel.

Mensagem a quem me conhece, tem um blog pessoal, e ele não foi mencionado aqui, há duas possibilidades: ou eu não sei que ele existe; ou não o coloquei aqui porque achei que não ias gostar que eu o mencionasse sem autorização. Se te enquadras no primeiro caso, manda-me o endereço do teu blog, por favor! Se te enquadras no segundo caso, e gostavas de ver o teu blog aqui públicado, avisa!

02 maio, 2007

Exame Periódico Obrigatório

Para se tirar a carta de condução, todos tivemos um mínimo de 30 horas de aulas teóricas e 30 horas de aulas práticas, a não ser que tenham tido a hipótese (e a vontade) de simular presenças em algumas aulas. Seja como fôr, todos passamos por um exame teórico e um exame prático, que nos concedeu a carta de condução. Nada de novo até agora.

Perto do fim das minhas aulas práticas de condução, inseguro da minha capacidade como condutor novato, perguntei ao meu instrutor, o Sr. Nélson da ACP Porto, se estaria preparado para o exame. Ele respondeu, pragmático, que o exame visava apenas testar se eu tinha um mínimo de competências de condução e que o resto viria com a experiência. Acho bem, sim senhor, ninguém tem de ser um ás do volante, nem sequer um bom condutor, ao fim de 30 horas de condução.

Mas ao fim dos dois primeiros anos de carta, nos quais esta é provisória, não deveria ser avaliada a evolução do condutor e a sua capacidade na actualidade? E depois, ao fim de dez anos de carta? E ao fim de vinte?

Pela legislação em vigor, apenas aos 65 e aos 70 anos (e a partir daí, de dois em dois anos) és "reavaliado" na tua capacidade de condução. E digo "reavaliado", porque é uma avaliação muito pobrezinha. Basta um atestado médico. Mais nada.

Não existe nenhum mecanismo previsto para avaliar os condutores regularmente. Através de um qualquer Exame Periódico Obrigatório - EPO (nome que inventei, inspirado na Inspecção Periódica Obrigatória), com componente teórica e prática, esse acompanhamento e monitorização da capacidade dos condutores seria uma realidade.

Com a componente prática iriam ser avaliadas as capacidades técnicas de condução, de uma forma mais exigente do que no Exame de Conudção, de forma a detectar e impedir de conduzir aqueles que perderam ou que nunca realmente adquiriram capacidades de condução.

A componente teórica iria versar sobre o Código de Estrada em vigor, obrigando os condutores a informarem-se sobre alterações que tenham ocorrido desde que tiraram a carta (ou desde o EPO anterior).

O EPO iria com certeza prevenir muitos acidentes por ano, ajudando a tirar Portugal do fundo das estatísticas europeias.

Esta minha ideia não é recente, mas esta semana senti-me compelido a partilhá-la, pela quantidade absurda de maus condutores com que me tenho cruzado nos últimos dias: uns a conduzir no meio de ruas de dois sentidos e mesmo a conduzir pela esquerda, outros a conduzir à noite sem luzes, outros com máximos em auto-estrada e ainda um carro a andar a 30km/h na VCI.

Mas o prémio desta semana vai para a rapariga que hoje tentou entrar na Rua Dr. Roberto Frias, vinda duma pequena ruela entre a FEUP e a FEP, quando eu ia para FEUP. Sem olhar para o sentido que eu estava a tomar, estava apenas de cabeça virada para o sentido contrário, não me tendo visto a aproximar. Começa então a avançar lentamente para entrar na rua onde eu estava, achando que não vinha ninguém do meu lado. Ocupou metade da minha faixa com a frente do carro, obrigando-me a travar bastante, até que reparou em mim quando eu buzinei. Aí finalmente travou.

Por um Portugal com melhores condutores e menos acidentes, vota Sim num potencial referendo acerca do EPO!

27 abril, 2007

Vingança

Convocando farpas
Chamando o telefone
Matando baratas
A fúria crescia
Clamando vingança


Zeca, és o Grande Português. Fui relembrado disso, uma vez mais, há horas.

Os Frei Fado D'el Rei, que agora também têm um blog, terminaram há menos de três horas o seu espectáculo de apresentação do álbum Senhor Poeta, um tributo a José Afonso.

Foi um momento muito esperado para mim, fã confesso de Frei Fado, mas que acima de tudo sou um apaixonado pela vida e obra do Zeca. Chamo-lhe apenas Zeca, por considerar um amigo próximo, embora nunca o tenha conhecido pessoalmente. Faleceu aos meus dois anos e sete meses.

Um dia, Zeca. Um dia...

23 abril, 2007

Passadeiras - Portugal, Holanda, Eslovénia

É engraçado ver como as diferentes culturas afectam as atitudes dos condutores e peões nas estradas.

Na capital da Eslovénia, Ljubljana, há pistas para ciclistas nos passeios da vasta maioria das ruas principais. Os ciclistas têm uma prioridade semelhante à dos peões, ou seja, têm prioridade sobre os carros quando atravessam passadeiras sem semáforos e têm semáforos próprios para eles nas passadeiras com semáforos para carros e peões. O que me meteu impressão foi a atitude com que os ciclistas andavam. Eles simplesemente não olhavam antes de atravessar a passadeira! Como sabem que têm prioridade, metem-se à louca e os condutores que travem! Do que vi, isto não costuma correr mal, porque não vi atropelamentos (se bem que vi uma travagem brusca uma vez, dum carro que não viu o ciclista com antecedência).

Em Eindhoven, na Holanda, também há as tais pistas para ciclistas, mas não é disso que vou falar agora. Estava eu prestes a atravessar uma rua numa passadeira, quando vi que vinha um carro. Aí, decidi esperar um pouco, como faria por cá, para confirmar que o gajo me estava a ver e que ia abrandar para eu passar. O gajo realmente abrandou e até parou para nós passarmos, mas não sem gesticular e vociferar, irritado, a mandar-nos atravessar. Eu percebi a mensagem, mesmo não sabendo nada de holandês: "Ó palhaço, não vês que estás numa passadeira, estás à espera de quê?". E dei-lhe razão. Não voltei a fazer este erro na Holanda.

Em Portugal, não é a primeira vez que já comecei a atravessar a passadeira e um carro decide não esperar e continua a andar, pouco preocupado comigo. É aliás comum vermos condutores que não param quando há peões prestes a atravessar a passadeira, quando o código o obriga. Por outro lado, não são só os condutores os pecadores, pois estamos habituados a peões que atravessam em qualquer lado, venham carros ou não.

É uma atitude muito diferente da que se vive lá fora. Como corrigir estas atitudes egoístas por parte de peões e condutores, que para além de desrespeitarem o Código da Estrada, nos fazem parecer gorilas com carros?

Em relação aos peões, já assustei muitos, passando-lhes rasantes com o carro, ou dando-lhes umas buzinadelas, mas pelos vistos, estou errado. Diz o livro de código da ACP:

"É necessário ser tolerante quando os peões circulam incorrectamente na faixa de rodagem, sendo condenável qualquer atitude agressiva para os intimidar ou assustar."

Raios, então como é que se faz? Obrigar a tirar carta de peão, integrada na disciplina de Estudo do Meio Físico e Social, do 1º Ciclo do Ensino Básico?

Em relação aos condutores, já experimentei mandar um pontapé num carro que não parou na minha passadeira, mas o gajo ficou zangado e encostou a seguir para protestar (valeu ele ser um e nós sermos mais de dez, por isso ele ficou perto do carro).

Que soluções?

25 março, 2007

STOP vs STOP

Na minha rua, há um cruzamento que me coloca dúvidas. Nesse cruzamento a minha rua tem STOP nos dois sentidos, enquanto que a rua com a qual se cruza não tem sinalização. Em caso de cruzamento de carros das duas ruas, não há dúvidas, a outra tem prioridade.

Mas quando se cruzam ali dois carros vindos da minha rua, em sentidos opostos, e um deles quer virar à sua esquerda (intersectando assim o trajecto do outro)?

Na minha opinião, tendo em conta que ambos têm STOP, aplica-se a regra da direita, e quem vai seguir em frente tem prioridade sobre quem vai virar. Mas na prática, quando passo por lá e vou tentar virar à esquerda, muitos dos condutores que vêm em sentido contrário parecem assumir que eu tenho prioridade sobre eles. O que me leva a duas hipóteses:

  • Ou eles acham que eu não tenho STOP, o que me parece estranho, tendo em conta que este se vê bem da perspectiva deles;
  • Ou eles sabem que eu tenho STOP e então têm uma leitura diferente da situação: acham que eu, por virar à esquerda, é como se já estivesse na rua que cruza com a minha (que, relembro, não tem STOP), e por isso tenho prioridade.
Alguma teoria sobre o que é que lhes passa pela cabeça ou sobre quem tem prioridade?

09 março, 2007

Velocidade

Portugal, 1991

  • Auto-Estrada A1
  • FIAT Uno
  • Dia chuvoso
Portugal, 2007
  • Auto-Estrada A13
  • Audi RS4
  • Dia seco e quente
O que é que estas duas situações têm em comum? O limite de velocidade legal ser 120km/h. O que é estúpido.

Comparemos auto-estradas. A A1, que toda a gente conhece, não é uma boa estrada: tem apenas duas faixas na grande maioria do percurso; tem trechos construídos em asfalto antigo ou de má qualidade; tem também um rácio elevado de curvas por distância percorrida. A A3, noutro exemplo, tem curvas perigosas no sentido Porto-Braga, que estão, e bem, assinaladas como tal, sendo o limite de velocidade específico de 100 km/h. Ou então a A8, que será talvez a auto-estrada mais segura de Portugal (pelo menos na zona em que conduzi, junto às Caldas da Rainha), com quatro faixas de um asfalto imaculado, e em que é preciso percorrer kilómetros para chegar à próxima (tímida) curva.

Comparemos carros. Em duas décadas a engenharia automóvel evoluiu imenso. Entre um FIAT Uno de 1991 e um Audi RS4 de 2007 estão uma infinidade de sistemas de segurança. ABS, ESP, Airbags em todos os sítios imagináveis... em 1991 nem Pré-Tensores dos Cintos de Segurança havia na grande maioria dos carros!

Nem vale a pena comparar condições atmosféricas. Toda a gente sabe que com chuva todos os carros precisam de uma maior distância para travar e que há noite a visibilidade é menor. Em França o limite de velocidade nas auto-estradas é 20 km/h menor em condições de chuva, o que me parece uma boa prática. Até se poderia aumentar para 30km/h.

Esta situação não se adapta à realidade. As minhas propostas:
  • Limites de velocidade específicos para cada Auto-Estrada, tendo em conta toda a sua condição técnica, definidos pela Estradas de Portugal.
  • Restrições de velocidade sobre os modelos de automóveis, definidas consoante as características técnicas do carro, aquando da homologação do modelo pela DGV antes da comercialização em Portugal.
  • Restrições de velocidade sobre cada veículo, definidas consoante o seu estado, aquando da Inspecção Periódica Obrigatória.
  • Restrições de velocidade em condições de chuva.
  • Restrições de velocidade sobre os condutores, em caso de infracção grave.
Exemplo:
  • Auto-Estrada A8 - Limite: 220 km/h
  • Renault Clio 2007 1.5 dCi 85cv - Limite: 170 km/h
  • Resultado da última I.P.O.: OK (não diminuição do limite de 170 km/h)
  • Chuva - Restrição: 30 km/h
  • Condutor sem infracções - Restrição: 0 km/h
  • Resultado - 140 km/h (menor dos valores relativos à estrada e ao automóvel, subtraindo de seguida as restrições aplicáveis)
Que país melhor seria este para conduzir. Eu quero esse Portugal.

07 março, 2007

Mínimos

Já chateia ver carros a circularem de mínimos.

Malta, não estou interessado em como era o Código no tempo em que tiraram a carta. Hoje em dia os mínimos só se usam com o carro imobilizado, nas seguintes situações:

  • enquanto se aguarda a abertura das passagens de nível;
  • quando se está estacionado fora de localidades.
Não vou discutir se é bom ou não para a saúde da bateria estar de mínimos ligados enquanto se está estacionado fora de localidades, não é relevante para este post.

A minha mensagem é: se achas que há má visibilidade liga os médios, se achas que há boa visibilidade desliga as luzes, mas não andes no assim-assim.

04 março, 2007

Linguagem de Luzes

Já tinha pensado em falar de máximos e piscas antes, mas uma situação que me aconteceu há uns minutos na Auto-Estrada deu-me a motivação final.

O que significa um flash longo de máximos? E dois curtos? E deixar os quatro piscas acenderem e apagarem uma vez?

Que eu me recorde, não aprendemos na escola de condução a linguagem dos máximos e dos piscas, apenas nos é dito para serem usados os máximos quando a visibilidade é insuficiente, desde que não haja perigo de encandeamento, e que os piscas são usados em casos de perigo especial.

Assim, temos de ir interpretando os sinais dos outros condutores e perceber o que é mais consensual. Aqui vai a minha leitura:

  • Flash curto de máximos: dar passagem a alguém sem prioridade; agradecimento.

  • Vários flashs curtos de máximos: aviso de algo fora do comum, como andar com a mala aberta ou ter as luzes apagadas à noite.

  • Flash longo de máximos: advertência ou protesto por alguma acção perigosa de outro condutor; aviso de que a polícia está mais à frente (que fique registado de que não gosto nada deste tipo de avisos, e nunca o dei a ninguém).

  • Piscas uma vez: agradecimento (para alguém a trás de nós).

Neste momento não me lembro de mais sinais, mas provavelmente existirão.

Já agora conto a situação referida no início do post. Na entrada da Afurada da Auto-Estrada, para atravessar a Ponte da Arrábida, vejo pelo retrovisor que vem um carro na faixa da direita (cujo condutor não terá lido o post "Linhas Contínuas / Entrada em Auto-Estrada"), que me sinaliza com dois flashs curtos de máximos. Senti uma diminuição de velocidade dele, pelo que tive a certeza de que ele me estava a deixar entrar, o que fiz. Agradeci-lhe com os piscas uma vez, ao que ele respondeu com um flash longo de máximos.

O que raio quis ele dizer?

02 março, 2007

Majestoso

Uma presença majestosa. Um discurso confiante. Uma sublime acção de marketing.

Haja nova Prioridade à Direita.

01 março, 2007

Linhas Contínuas / Entrada em Auto-Estrada

A meu ver, as únicas linhas longitudinais contínuas que têm lógica em existir (para além das guias laterais, obviamente, pois servem propósitos completamente diferentes) são as que delimitam sentidos de trânsito em zonas com perigo para a ultrapassagem, tendo em conta as condições da via. Na prática, isto significa que as linhas contínuas com interesse estejam em vários troços de estradas nacionais, e muito raramente dentro de localidades. São apenas estas as linhas que, se forem transpostas, constituem um verdadeiro atentado à segurança rodoviária.

No entanto usam-se e abusam-se de linhas contínuas dentro da cidade, linhas essas constantemente infringidas no dia-a-dia. Seja porque um outro condutor está estacionado ou parado na berma, seja porque temos de fazer alguma manobra mais larga para entrar numa garagem, seja por qualquer outra razão mais ou menos válida, o que é certo é que estamos a calcar com naturalidade a linha contínua. Para quê insistir em delimitações irrealistas que apenas fomentam a habituação ao desrespeito constante das regras de trânsito?

Um outro caso, esse talvez mais polémico, é o das linhas contínuas que, em auto-estrada, separam a(s) via(s) da esquerda da via da direita, junto às saídas. A intenção até é boa, já que se tenta reafirmar o perigo (real) da conhecida manobra de transposição de duas faixas (ou mais) para alcance apressado da saída. No entanto esta linha, que muitas vezes é exageradamente longa, prolongando-se para além da zona de saída, também impede que os condutores se movam da faixa da direita para uma mais à esquerda. O que me leva à segunda parte deste post.

É parte de uma boa condução libertar a faixa da direita de uma auto-estrada junto às suas entradas, para permitir o fácil acesso dos condutores que nela entram, desde que, claro, isto não ponha em causa a segurança dos condutores que vão nas faixas mais à esquerda. Daí a necessidade em planear com um mínimo de antecedência a mudança de faixa. O que fica difícil quando há uma linha contínua a barrar o caminho. Eu costumo optar por ignorar a linha, porque sei que é o melhor para a globalidade dos condutores. Mas o ideal seria mesmo a trocar a linha contínua por uma linha mista, que junta o melhor dos dois mundos. Fica aqui a sugestão às autoridades competentes.

Hmm, por acaso, e se eu mandasse um mail à DGV com um link pró meu blog? Que acham?

21 fevereiro, 2007

Entroncamentos

Os entroncamentos (intersecções em T) deviam ter regras próprias previstas no Código de Estrada. A via que desemboca no entroncamento (a perna do T), não devia ter prioridade sobre os da esquerda, porque invariavelmente quem vem de lá vai ter que parar para ir para a esquerda ou a direita.

Nos casos em que isto não servisse, eram colocados sinais de cedência de passagem na via que continua, num sentido ou nos dois, mas ao menos era visível para quem lá circula de que tinha, necessariamente, de ter cuidado nesse entroncamento.

Hoje em dia a navegação nos entroncamentos é chata porque, se repararem, há tantos casos em que, efectivamente, a via que desemboca no entroncamento tem sinal de cedência de passagem, que muitos de nós assumem que NENHUMA destas vias tem prioridade. Digam lá se nunca vos aconteceu uma das seguintes situações:

- Vêm da via que desemboca no entroncamento e reparam que não existe qualquer sinal de cedência de passagem (logo têm prioridade sobre os da esquerda). Como querem virar à direita, viram à vontade (mesmo que venha alguém, porque têm prioridade). O condutor que vinha da esquerda, que achava ter a prioridade, vem lançado e tem de travar para não bater, e se calhar ainda vos buzina; ou então não trava ele, mas travam vocês para não apanharem com ele, e buzinam vocês em protesto. Isto é também aplicável para os casos em que vão virar à esquerda mas não vem ninguém da direita.

- Situação igual à anterior, mas querem virar à esquerda, e por isso atravessam meia rua a bloquear os da esquerda, à espera que alguém da direita vos deixe entrar na via. Isto é muito mau para os da esquerda, especialmente para os que querem prosseguir e têm-vos plantados à vossa frente sem se mexerem.

- Situação igual à anterior, mas ficam à espera na vossa via até que alguém da direita vos deixe entrar, o que é raro, pois muitos condutores só deixam entrar quem está praticamente pronto a entrar na via. No entretanto os que vêm da esquerda irão ficar convencidos de que a vossa via não tem sinal de cedência de passagem, porque vocês estão parados.

Com a regra que eu estou a propôr, é tudo mais simples. Quem vem da via que continua só tem de parar se tiver sinal de cedência de passagem. Quem vem da via que desemboca no entroncamento só poderá continuar se houver um sinal do estilo diagrama de via com prioridade ou diagrama de via com prioridade, tão pouco usado em Portugal.

18 fevereiro, 2007

E piscas?

Odeio estar num cruzamento, sossegadinho à espera de uma excelência que vem da esquerda porque tenho sinal de cedência de prioridade, e a excelência vira à sua direita (portanto, para a minha rua), sem sinalização da manobra.

Se pusesses pisca, eu já ia longe!

Sê um bom condutor e usa os piscas!

Prioridade? Direita!

Olá. Este é o primeiro post de um blog igual a todos os outros.

Irá ser arrogante ao ponto de querer ensinar os outros a conduzir melhor.

Irá ser atípico na medida em que são manifestadas visões de um Democrata Ateu de Direita que votou no Zeca (e no Sim) e que defende que o sufrágio não deveria ser universal.

Irá talvez ser aborrecido porque o autor não tem qualquer prática de escrita.

Tudo somado, espero sinceramente que quem deparar com este emaranhado de pixels retire algo útil ou divertido daqui.