25 março, 2007

STOP vs STOP

Na minha rua, há um cruzamento que me coloca dúvidas. Nesse cruzamento a minha rua tem STOP nos dois sentidos, enquanto que a rua com a qual se cruza não tem sinalização. Em caso de cruzamento de carros das duas ruas, não há dúvidas, a outra tem prioridade.

Mas quando se cruzam ali dois carros vindos da minha rua, em sentidos opostos, e um deles quer virar à sua esquerda (intersectando assim o trajecto do outro)?

Na minha opinião, tendo em conta que ambos têm STOP, aplica-se a regra da direita, e quem vai seguir em frente tem prioridade sobre quem vai virar. Mas na prática, quando passo por lá e vou tentar virar à esquerda, muitos dos condutores que vêm em sentido contrário parecem assumir que eu tenho prioridade sobre eles. O que me leva a duas hipóteses:

  • Ou eles acham que eu não tenho STOP, o que me parece estranho, tendo em conta que este se vê bem da perspectiva deles;
  • Ou eles sabem que eu tenho STOP e então têm uma leitura diferente da situação: acham que eu, por virar à esquerda, é como se já estivesse na rua que cruza com a minha (que, relembro, não tem STOP), e por isso tenho prioridade.
Alguma teoria sobre o que é que lhes passa pela cabeça ou sobre quem tem prioridade?

09 março, 2007

Velocidade

Portugal, 1991

  • Auto-Estrada A1
  • FIAT Uno
  • Dia chuvoso
Portugal, 2007
  • Auto-Estrada A13
  • Audi RS4
  • Dia seco e quente
O que é que estas duas situações têm em comum? O limite de velocidade legal ser 120km/h. O que é estúpido.

Comparemos auto-estradas. A A1, que toda a gente conhece, não é uma boa estrada: tem apenas duas faixas na grande maioria do percurso; tem trechos construídos em asfalto antigo ou de má qualidade; tem também um rácio elevado de curvas por distância percorrida. A A3, noutro exemplo, tem curvas perigosas no sentido Porto-Braga, que estão, e bem, assinaladas como tal, sendo o limite de velocidade específico de 100 km/h. Ou então a A8, que será talvez a auto-estrada mais segura de Portugal (pelo menos na zona em que conduzi, junto às Caldas da Rainha), com quatro faixas de um asfalto imaculado, e em que é preciso percorrer kilómetros para chegar à próxima (tímida) curva.

Comparemos carros. Em duas décadas a engenharia automóvel evoluiu imenso. Entre um FIAT Uno de 1991 e um Audi RS4 de 2007 estão uma infinidade de sistemas de segurança. ABS, ESP, Airbags em todos os sítios imagináveis... em 1991 nem Pré-Tensores dos Cintos de Segurança havia na grande maioria dos carros!

Nem vale a pena comparar condições atmosféricas. Toda a gente sabe que com chuva todos os carros precisam de uma maior distância para travar e que há noite a visibilidade é menor. Em França o limite de velocidade nas auto-estradas é 20 km/h menor em condições de chuva, o que me parece uma boa prática. Até se poderia aumentar para 30km/h.

Esta situação não se adapta à realidade. As minhas propostas:
  • Limites de velocidade específicos para cada Auto-Estrada, tendo em conta toda a sua condição técnica, definidos pela Estradas de Portugal.
  • Restrições de velocidade sobre os modelos de automóveis, definidas consoante as características técnicas do carro, aquando da homologação do modelo pela DGV antes da comercialização em Portugal.
  • Restrições de velocidade sobre cada veículo, definidas consoante o seu estado, aquando da Inspecção Periódica Obrigatória.
  • Restrições de velocidade em condições de chuva.
  • Restrições de velocidade sobre os condutores, em caso de infracção grave.
Exemplo:
  • Auto-Estrada A8 - Limite: 220 km/h
  • Renault Clio 2007 1.5 dCi 85cv - Limite: 170 km/h
  • Resultado da última I.P.O.: OK (não diminuição do limite de 170 km/h)
  • Chuva - Restrição: 30 km/h
  • Condutor sem infracções - Restrição: 0 km/h
  • Resultado - 140 km/h (menor dos valores relativos à estrada e ao automóvel, subtraindo de seguida as restrições aplicáveis)
Que país melhor seria este para conduzir. Eu quero esse Portugal.

07 março, 2007

Mínimos

Já chateia ver carros a circularem de mínimos.

Malta, não estou interessado em como era o Código no tempo em que tiraram a carta. Hoje em dia os mínimos só se usam com o carro imobilizado, nas seguintes situações:

  • enquanto se aguarda a abertura das passagens de nível;
  • quando se está estacionado fora de localidades.
Não vou discutir se é bom ou não para a saúde da bateria estar de mínimos ligados enquanto se está estacionado fora de localidades, não é relevante para este post.

A minha mensagem é: se achas que há má visibilidade liga os médios, se achas que há boa visibilidade desliga as luzes, mas não andes no assim-assim.

04 março, 2007

Linguagem de Luzes

Já tinha pensado em falar de máximos e piscas antes, mas uma situação que me aconteceu há uns minutos na Auto-Estrada deu-me a motivação final.

O que significa um flash longo de máximos? E dois curtos? E deixar os quatro piscas acenderem e apagarem uma vez?

Que eu me recorde, não aprendemos na escola de condução a linguagem dos máximos e dos piscas, apenas nos é dito para serem usados os máximos quando a visibilidade é insuficiente, desde que não haja perigo de encandeamento, e que os piscas são usados em casos de perigo especial.

Assim, temos de ir interpretando os sinais dos outros condutores e perceber o que é mais consensual. Aqui vai a minha leitura:

  • Flash curto de máximos: dar passagem a alguém sem prioridade; agradecimento.

  • Vários flashs curtos de máximos: aviso de algo fora do comum, como andar com a mala aberta ou ter as luzes apagadas à noite.

  • Flash longo de máximos: advertência ou protesto por alguma acção perigosa de outro condutor; aviso de que a polícia está mais à frente (que fique registado de que não gosto nada deste tipo de avisos, e nunca o dei a ninguém).

  • Piscas uma vez: agradecimento (para alguém a trás de nós).

Neste momento não me lembro de mais sinais, mas provavelmente existirão.

Já agora conto a situação referida no início do post. Na entrada da Afurada da Auto-Estrada, para atravessar a Ponte da Arrábida, vejo pelo retrovisor que vem um carro na faixa da direita (cujo condutor não terá lido o post "Linhas Contínuas / Entrada em Auto-Estrada"), que me sinaliza com dois flashs curtos de máximos. Senti uma diminuição de velocidade dele, pelo que tive a certeza de que ele me estava a deixar entrar, o que fiz. Agradeci-lhe com os piscas uma vez, ao que ele respondeu com um flash longo de máximos.

O que raio quis ele dizer?

02 março, 2007

Majestoso

Uma presença majestosa. Um discurso confiante. Uma sublime acção de marketing.

Haja nova Prioridade à Direita.

01 março, 2007

Linhas Contínuas / Entrada em Auto-Estrada

A meu ver, as únicas linhas longitudinais contínuas que têm lógica em existir (para além das guias laterais, obviamente, pois servem propósitos completamente diferentes) são as que delimitam sentidos de trânsito em zonas com perigo para a ultrapassagem, tendo em conta as condições da via. Na prática, isto significa que as linhas contínuas com interesse estejam em vários troços de estradas nacionais, e muito raramente dentro de localidades. São apenas estas as linhas que, se forem transpostas, constituem um verdadeiro atentado à segurança rodoviária.

No entanto usam-se e abusam-se de linhas contínuas dentro da cidade, linhas essas constantemente infringidas no dia-a-dia. Seja porque um outro condutor está estacionado ou parado na berma, seja porque temos de fazer alguma manobra mais larga para entrar numa garagem, seja por qualquer outra razão mais ou menos válida, o que é certo é que estamos a calcar com naturalidade a linha contínua. Para quê insistir em delimitações irrealistas que apenas fomentam a habituação ao desrespeito constante das regras de trânsito?

Um outro caso, esse talvez mais polémico, é o das linhas contínuas que, em auto-estrada, separam a(s) via(s) da esquerda da via da direita, junto às saídas. A intenção até é boa, já que se tenta reafirmar o perigo (real) da conhecida manobra de transposição de duas faixas (ou mais) para alcance apressado da saída. No entanto esta linha, que muitas vezes é exageradamente longa, prolongando-se para além da zona de saída, também impede que os condutores se movam da faixa da direita para uma mais à esquerda. O que me leva à segunda parte deste post.

É parte de uma boa condução libertar a faixa da direita de uma auto-estrada junto às suas entradas, para permitir o fácil acesso dos condutores que nela entram, desde que, claro, isto não ponha em causa a segurança dos condutores que vão nas faixas mais à esquerda. Daí a necessidade em planear com um mínimo de antecedência a mudança de faixa. O que fica difícil quando há uma linha contínua a barrar o caminho. Eu costumo optar por ignorar a linha, porque sei que é o melhor para a globalidade dos condutores. Mas o ideal seria mesmo a trocar a linha contínua por uma linha mista, que junta o melhor dos dois mundos. Fica aqui a sugestão às autoridades competentes.

Hmm, por acaso, e se eu mandasse um mail à DGV com um link pró meu blog? Que acham?