09 março, 2007

Velocidade

Portugal, 1991

  • Auto-Estrada A1
  • FIAT Uno
  • Dia chuvoso
Portugal, 2007
  • Auto-Estrada A13
  • Audi RS4
  • Dia seco e quente
O que é que estas duas situações têm em comum? O limite de velocidade legal ser 120km/h. O que é estúpido.

Comparemos auto-estradas. A A1, que toda a gente conhece, não é uma boa estrada: tem apenas duas faixas na grande maioria do percurso; tem trechos construídos em asfalto antigo ou de má qualidade; tem também um rácio elevado de curvas por distância percorrida. A A3, noutro exemplo, tem curvas perigosas no sentido Porto-Braga, que estão, e bem, assinaladas como tal, sendo o limite de velocidade específico de 100 km/h. Ou então a A8, que será talvez a auto-estrada mais segura de Portugal (pelo menos na zona em que conduzi, junto às Caldas da Rainha), com quatro faixas de um asfalto imaculado, e em que é preciso percorrer kilómetros para chegar à próxima (tímida) curva.

Comparemos carros. Em duas décadas a engenharia automóvel evoluiu imenso. Entre um FIAT Uno de 1991 e um Audi RS4 de 2007 estão uma infinidade de sistemas de segurança. ABS, ESP, Airbags em todos os sítios imagináveis... em 1991 nem Pré-Tensores dos Cintos de Segurança havia na grande maioria dos carros!

Nem vale a pena comparar condições atmosféricas. Toda a gente sabe que com chuva todos os carros precisam de uma maior distância para travar e que há noite a visibilidade é menor. Em França o limite de velocidade nas auto-estradas é 20 km/h menor em condições de chuva, o que me parece uma boa prática. Até se poderia aumentar para 30km/h.

Esta situação não se adapta à realidade. As minhas propostas:
  • Limites de velocidade específicos para cada Auto-Estrada, tendo em conta toda a sua condição técnica, definidos pela Estradas de Portugal.
  • Restrições de velocidade sobre os modelos de automóveis, definidas consoante as características técnicas do carro, aquando da homologação do modelo pela DGV antes da comercialização em Portugal.
  • Restrições de velocidade sobre cada veículo, definidas consoante o seu estado, aquando da Inspecção Periódica Obrigatória.
  • Restrições de velocidade em condições de chuva.
  • Restrições de velocidade sobre os condutores, em caso de infracção grave.
Exemplo:
  • Auto-Estrada A8 - Limite: 220 km/h
  • Renault Clio 2007 1.5 dCi 85cv - Limite: 170 km/h
  • Resultado da última I.P.O.: OK (não diminuição do limite de 170 km/h)
  • Chuva - Restrição: 30 km/h
  • Condutor sem infracções - Restrição: 0 km/h
  • Resultado - 140 km/h (menor dos valores relativos à estrada e ao automóvel, subtraindo de seguida as restrições aplicáveis)
Que país melhor seria este para conduzir. Eu quero esse Portugal.

2 comentários:

Anónimo disse...

Concordo quando dizes que se devem diferenciar velocidades consoante o tipo de carro, acima de tudo à custa do tipo de equipamente de segurança que ele possui, como é o ABS, ESP, Airbags e até mesmo o tipo de travões que possui.

Contudo mais do que 160km/h numa autoestrada começa a ser exagero, isto porque há pessoas que conduzem muito mal e que facilmente provocam acidentes ao mudarem de faixa sem sinalizar previamente ou então assustarem-se facilmente com algo, dando guinadelas.

Em tempo andava muito rápido e passei por algumas situações de aperto, por isso o melhor é uma pessoa meter-se à estrada com tempo e não andar com pressas e muito menos com nervoso miudinho.

O facto da velocidade ser de 120km/h deve-se também ao meio ambiente. Quanto mais se acelera mais se polui e também se gasta mais.

Resumindo, tentem andar dentro dos limites de velocidade e não acelerem só porque dá gozo, mas sim se tiverem realmente alguma urgência.

Para quem gosta de velocidade que se meta mas é numa estrada nacional de madrugada, de preferência sem luar e acima de tudo numa estrada que não seja povoada. Acreditem que isso sim, dá muita pica..

Anónimo disse...

a grande questão aqui é...porque chovia em 1991 e agora não?... e uma reflexão sobre isso levaria (a alguém com uma mínima preocupação e capacidade intelectual) a perceber que a proliferação da utilização dos automóveis foi o alicerce base para o clima de desapego e destruição actual, no qual está na moda falar do aquecimento global, mas que não é o único!

logo uma simples reflexão sem olhar apenas para o nosso umbigo e para os perigos (que para mim já contariam bastante) de acidentes ..é entender que um automóvel em excesso de velocidade consome (e polui) mais de um recurso considerado (mesmo depois de 150 anos de "engenharia automóvel", acompanhados por 150 anos de lobbys petrolíferos) essencial que o mesmo em condições de utilização seguras e normais..