01 março, 2007

Linhas Contínuas / Entrada em Auto-Estrada

A meu ver, as únicas linhas longitudinais contínuas que têm lógica em existir (para além das guias laterais, obviamente, pois servem propósitos completamente diferentes) são as que delimitam sentidos de trânsito em zonas com perigo para a ultrapassagem, tendo em conta as condições da via. Na prática, isto significa que as linhas contínuas com interesse estejam em vários troços de estradas nacionais, e muito raramente dentro de localidades. São apenas estas as linhas que, se forem transpostas, constituem um verdadeiro atentado à segurança rodoviária.

No entanto usam-se e abusam-se de linhas contínuas dentro da cidade, linhas essas constantemente infringidas no dia-a-dia. Seja porque um outro condutor está estacionado ou parado na berma, seja porque temos de fazer alguma manobra mais larga para entrar numa garagem, seja por qualquer outra razão mais ou menos válida, o que é certo é que estamos a calcar com naturalidade a linha contínua. Para quê insistir em delimitações irrealistas que apenas fomentam a habituação ao desrespeito constante das regras de trânsito?

Um outro caso, esse talvez mais polémico, é o das linhas contínuas que, em auto-estrada, separam a(s) via(s) da esquerda da via da direita, junto às saídas. A intenção até é boa, já que se tenta reafirmar o perigo (real) da conhecida manobra de transposição de duas faixas (ou mais) para alcance apressado da saída. No entanto esta linha, que muitas vezes é exageradamente longa, prolongando-se para além da zona de saída, também impede que os condutores se movam da faixa da direita para uma mais à esquerda. O que me leva à segunda parte deste post.

É parte de uma boa condução libertar a faixa da direita de uma auto-estrada junto às suas entradas, para permitir o fácil acesso dos condutores que nela entram, desde que, claro, isto não ponha em causa a segurança dos condutores que vão nas faixas mais à esquerda. Daí a necessidade em planear com um mínimo de antecedência a mudança de faixa. O que fica difícil quando há uma linha contínua a barrar o caminho. Eu costumo optar por ignorar a linha, porque sei que é o melhor para a globalidade dos condutores. Mas o ideal seria mesmo a trocar a linha contínua por uma linha mista, que junta o melhor dos dois mundos. Fica aqui a sugestão às autoridades competentes.

Hmm, por acaso, e se eu mandasse um mail à DGV com um link pró meu blog? Que acham?

2 comentários:

Hugo Pacheco disse...

estou tão de acordo com o teu ponto de vista em relação às linhas contínuas junto às saídas.. é recorrente acontecer-me quando conduzo em auto-estrada.

de resto, nunca tinha pensado na questão das linhas contínuas dentro de cidade, but you got a point

era giro ter "feedback" da DGV, era

hugo/b

Anónimo disse...

Não concordo quando dizes que se abusam das linhas continuas dentro das cidades, pelos menos na tua justificação:se os carros estão mal parados, que não parem, se não queres esperar que um autocarro deixe sair as pessoas, vai antes dentro dele, a entrada nas garagens tem por vezes um tracejado minimo realmente mas a verdade é que tb não pisas muito a continua. A verdade é que as pessoas habituam-se a desrespeitar o código, não porque ele está mal aplicado, mas sim porque não é supervisionado, se a polícia andasse em cima dos acontecimentos o pessoal não desrespeitava como acontece em países mais civicos.

Quanto à separa das fachas junto às saídas concordo contigo, realmente às vezes extendem em demasia a linha, no entanto contorna-se isso antecipando a situação.

Concordo contigo quanto à linha mista, mas a verdade é que mais uma vez o que está mal não é o codigo mas sim as infra-estruturas, por vezes as fachas de aceleração ou desaceleração são curtissimas, em certas circunstancias tens mesmo que parar não só porque vem um carro mas porque não tens boa visibilidade. Outra coisa muito erra é a faixa de aceleração para uns ser também a de desaceleração para outros, eu não percebo como é que não há mais acidentes.

Mandar um mail com o link do blogg não será boa ideia, mas um mail com uma exposição, sim, eu assino por baixo.